Hoje é domingo, dia 21 de março de 2010, e ontem fechamos mais um projeto "Quem Faz a Foto?".
O mês de março é o mês de comemorações do aniversário de Aracaju, cidade que vivemos.
A repercussão do primeiro projeto "Quem Faz a Foto?", aquele do CAPS foi muito positiva, e porta aberta para um convite da Prefeitura Municipal: montar uma nova oficina de fotografia com outro público, garotos e garotas entre 15 e 17 anos, do bairro Coroa do Meio.
Dentro do prazo curtíssimo que tínhamos em mãos (menos de um mês para organizar, efetivar, divulgar e expor), chegamos à conclusão que a melhor solução seria encurtar o conteúdo teórico e trabalhar mais a prática do processo criativo fotográfico.
Explorar regiões circunvizinhas, passear pela cidade e trazer à tona os olhares daqueles adolescentes sobre a cidade em que vivem.
Tivemos apoios muito bacanas: Instituto Recriando, que cedeu os equipamentos fotográficos; Viação Progresso, cedendo o transporte da "Marinete do Forró", uma jardineira que faz passeios turísticos pela cidade; e a color prints, que viabilizou materiais fundamentais pra o andamento da oficina (pilhas, ampliações, mídias, etc).
Decorrida em 05 e 06 de março (dois dias apenas), foi espelho dos dois meses que gastamos fazendo a oficina do CAPS.
Nem dois meses, nem dois dias
O primeiro trabalho do Trotamundos foi feito com um processo construtivo sem prazo para acabar, mas com metas a cumprir, e, no decorrer das oficinas foi que fomos decidindo o que fazer, como fazer, enfim. Foi um trabalho muito legal, mas beeeem longo.
Em contrapartida, tínhamos dois dias apenas pra corrermos com todo o conteúdo que havíamos trabalhado no primeiro "Quem Faz a Foto?".
Todo? Impossível...
Adaptações foram feitas e conseguimos tirar o leite das pedrinhas adolescentes que conhecemos.
E que leite. E que pedras! Perspicazes, atentos, inteligentes, soltaram a criatividade sem medo.
É claro que não foi tão simples assim. No primeiro dia, quando saímos pra passear na orla da atalaia, a gurizada só queria fazer foto de si mesmo.
:)
Suuuuuper normal, né? Adolescentes e auto-afirmação tem toda a relação, sem dúvida, mas o processo criativo da oficina não funciona assim.
Tivemos um momento de redefinição das ações no dia seguinte, pra conversar sobre qual era o objetivo e as possibilidades dos nossos encontros.
E a reação foi imediata:
Mão na massa! Texturas, regra dos terços, simetria, pessoas, a vazão foi sendo dada à enorme energia pueril. Um passeio pela feira da região, pelo Calçadão daTreze de Julho, pelo Mercado Municipal, Mercado do Peixe, Beco dos Cocos, Orla do Bairro Industrial e Colina do Santo Antônio.
Uma manhã inteira de câmeras na mão, ideias na cabeça e dedinhos nervosos clicando sem medo.
Sábado à tarde tínhamos 14 câmeras digitais compactas com cerca de 200 arquivos digitais em cada para serem descarregados e analisados no processo de curadoria coletiva.
MUITO TRABALHO!
Mas MUITA SATISFAÇÃO! Fotos interessantes, com potências artísticas aflorando dentre alguns.
Foram 20 participantes, só pra constar.
20 pessoas ansiosíssimas pra ver os resultados do passeio.
Obviamente não conseguimos fazer o processo da maneira mais tranquila, sem cansaço, sem fadiga, pois era sábado à tarde, tínhamos andado de ônibus por toda a manhã, num calor infernal (média de 35 graus). No fim da tarde, estávamos exaustos, suados e sedentos pelo fim da oficina.
Uma pena, pois foi um ótimo encontro.
Mas iríamos compensar esse “desencontro” com a exposição, local em que todos voltariam a se encontrar pra ver o resultado impresso em papel fotográfico e apresentar à cidade os seus olhares.
Esse reencontro foi ontem. E foi ótimo.
Todos curtimos.
O resultado da oficina você vê aqui, e a exposição está bem registrada nas fotos abaixo, num clima de descontração e alegria pelo trabalho cumprido:
Grandes abraços
Zak Moreira
2 comentários:
Parabéns pelo trabalho de vocês. Isso nos deixa mais orgulhosos de ser fotógrafos e nordestinos. ;) Abraços, Letícia Paes (Pres. Mandacaru Foto Clube - Recife/PE)
Parabens! Este e um projeto iluminado tanto na pratica quanto na poetica descritiva.
Sou fotografa e e no cotidiano que meu olhar fotografico encontra seu motivo.
Voces sao um grande estimulo.
Abracos,
Mariza Versiani Formaggini
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