5.9.10

Conversando Fotografia recebe Jorge Henrique Oliveira

Brasil e Holanda - Copa do Mundo 2010 - Perdemos o jogo, mas ganhamos a conversa! Foto: Jorge Henrique
Depois da experiência super bacana da primeira edição do Conversando Fotografia, nós voltamos com a segunda leva de debates trazendo o fotojornalista Jorge Henrique Oliveira. O encontro será mais uma vez no Auditório Marcelo Hora de Araújo – Espaço EMES - no próximo dia 9 de setembro, às 19h, quando nosso convidado falará sobre a recente cobertura da Copa do Mundo 2010, na África do Sul, e os seus dez anos de trajetória na fotografia.

Jorge Henrique trabalha como repórter fotográfico do Jornal da Cidade e desenvolve atividades também na assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Aracaju. Trabalhou ainda na Secretaria de Comunicação do Estado de Sergipe. É conhecido na imprensa sergipana por ter um olhar atento ao cotidiano do estado e elaborar crônicas visuais com a mesma paciência de quando iniciou na carreira fotográfica, há cerca de dez anos.

O fotógrafo se aproximou do cotidiano dos jornais aos 18 anos, quando montava os títulos na tipografia do Jornal da Cidade. Nesta rotina, ele se aproximou de profissionais como Sidney Leite e Fernando Silva, que era funcionário da Gazeta de Sergipe, e acompanhando o trabalho deles foi incentivado a ingressar na carreira. Depois de enfrentar alguns contratempos, a exemplo da dificuldade de conseguir um registro profissional para atuar como fotógrafo, Jorge Henrique abraçou na fotografia a área que mais aprecia: fotojornalismo.

Esta paixão rendeu um banco de imagens com quase trezentas mil fotos, cinco exposições fotográficas individuais, quatro coletivas, doze prêmios de reportagem, entre eles o Petrobras, o Banco do Brasil e o da Associação Sergipana de Imprensa. Há pouco menos de um mês o fotógrafo inaugurou sua mais recente exposição Flagrantes de uma Nação no hall da Faculdade Amadeus (FAMA) e pretende fazer uma itinerância em outros espaços culturais de Sergipe. Este ano ele também pretende lançar um livro com uma retrospectiva de sua carreira. 

Mais informações sobre ele: www.jhpress.fot.br e http://twitter.com/jhpress

Conversando Fotografia

O Conversando Fotografia é um projeto produzido e realizado por nós do Trotamundos Coletivo. O nosso objetivo é agregar profissionais, amadores e interessados em discutir caminhos para o desenvolvimento da fotografia em Sergipe. Nesta primeira fase, o projeto vai trazer fotógrafos sergipanos que atuem em áreas diversas, como fotojornalismo, publicidade, documentarismo, editorial, assessoria fotográfica, eventos, fotografia experimental, entre outros, para conversar sobre suas trajetórias e o trabalho que desenvolvem. 

O segundo passo é interagir com convidados nacionais e fomentar a discussão sobre os potenciais e as necessidades do setor como um incentivo para a criação de uma Rede Sergipana de Fotografia. A idéia é que, a partir da criação da rede, os fotógrafos possam articular projetos diversos em âmbito local e contribuir com o diálogo da Rede Nacional de Fotografia, fundada este ano. É também um intuito das discussões do projeto Conversando Fotografia desenvolver parcerias com profissionais e redes de outras áreas artísticas, a exemplo do setor de audiovisual e do Fórum Música Sergipe. 

Serviço:
Conversando Fotografia – Edição 2 - Jorge Henrique
Data: 9 de setembro 2010      Horário: 19h
Endereço: Auditório Marcelo Hora de Araújo – Espaço EMES - Avenida Tancredo Neves, 225 – Aracaju – Sergipe. A entrada é gratuita e o espaço tem estrutura de estacionamento interno.

Para ampliar a conversa e dar sugestões, acessem:

9.8.10

Conversando Fotografia



Este post é bastante especial para o grupo porque estamos iniciando um novo projeto e queremos convidar a todos para participar.

Na próxima quinta-feira, dia 12 de agosto, às 19h, no auditório do Espaço EMES, nós vamos lançar o projeto Conversando Fotografia. O objetivo do projeto é agregar profissionais, amadores e interessados em discutir caminhos para o desenvolvimento da fotografia em Sergipe.

Desde que foi fundado, o Trotamundos vem discutindo a importância de mapear fotógrafos e projetos que são relevantes para a trajetória da fotografia sergipana, além de fazer um intercâmbio com profissionais da fotografia brasileira que enriqueçam o diálogo com o Estado. A partir disso, o coletivo quer promover conversas, debates, oficinas e mostras que incentivem o desenvolvimento da cadeia produtiva em Sergipe.



Para este segundo semestre, a idéia é que o Conversando Fotografia abra um canal de diálogo com os fotógrafos locais que atuem em áreas diversas, como fotojornalismo, publicidade, documentarismo, editorial, assessoria fotográfica, eventos, fotografia experimental, entre outros, para que os interessados em fotografia possam conhecer os projetos existentes no Estado. 

O segundo passo é interagir com convidados nacionais e incentivar a discussão sobre os potenciais e as necessidades da área como um mote para a criação de uma Rede Sergipana de Fotografia. A idéia é que os fotógrafos, pesquisadores, produtores, apoiadores, educadores da área de fotografia e outros interessados  possam desenvolver projetos em âmbito local e contribuir com o diálogo da Rede Nacional de Fotografia, fundada este ano. 

É também um intuito das discussões do projeto Conversando Fotografia desenvolver parcerias com profissionais e redes de outras áreas artísticas, a exemplo do setor de audiovisual e do Fórum Música Sergipe. A fotografia está inserida em várias áreas de conhecimento, expressão artística, social, educacional, entre outros. É muito bom quando se pode ampliar o debate e elaborar um processo de qualificação da área e esta é uma das contribuições que o coletivo quer trazer para a fotografia. 

Todos convidados. Será um prazer muito grande receber vocês no evento.

Serviço
Conversando Fotografia
Data: 12 de Agosto de 2010
Horário: 19h
Endereço: Auditório Marcelo Hora de Araújo – Espaço EMES - Avenida Tancredo Neves, 225 – Aracaju – Sergipe

 A conversa no Espaço EMES tem entrada gratuita e contará com estrutura de estacionamento interno com vaga para duzentos carros.  


 

7.8.10

Guy Veloso na Coleção Pirelli Masp


Nós ficamos muito felizes com a notícia de que Guy Veloso, que é um fotógrafo que os integrantes deste coletivo admiram bastante, teve imagens selecionadas na Coleção Pirelli Masp.

A seleção foi feita ainda no primeiro semestre, mas, a pedido da comissão curatorial, a informação foi divulgada com mais ênfase apenas agora no segundo semestre quando a organização abre para o público a exposição com os resultados da sua 18ª Edição.

Queremos parabenizar Guy pelo convite e todos os demais fotógrafos que integram a seleção deste ano, que está muito bela. Merece ser visto com carinho o trabalho de outro conterrâneo de Guy, o fotógrafo Alexandre  Sequeira! Um grande abraço a todos!

Para conhecer mais sobre o trabalho de Guy Veloso: http://www.fotografiadocumental.com.br/

Para ver as imagens selecionadas, basta acessar a Galeria da Folha neste endereço: http://catracalivre.folha.uol.com.br/2010/08/colecao-pirellimasp-de-fotografia/

6.6.10

01 ano é muito (pouco)

"Pois é, dizem que fizemos bastante coisa no âmbito da fotografia no Estado de Sergipe, e olhe que nós não fizemos metade do que queríamos fazer..."
Um ano é pouco pra quem está começando, e muito pra quem precisa de tempo para viver.

No dia 06 de junho de 2009 um grupo de pessoas se encontrava com um objetivo comum, movimentar a fotografia, a arte em nós, a partir de uma intervenção numa instituição pública, num bairro periférico de Aracaju. Desse grupo o trabalho coletivo se fez natural, as pessoas se reencontraram, alguns continuaram, outras seguiram outros caminhos, mas a ideia tocou a todos.
O Trotamundos Coletivo é uma ideia, que se faz viva, ativa e atuante, e queremos mais.
O Trotamundos Coletivo é uma brincadeira, uma brincadeira que leva a sério o que faz, mas num fluxo natural do brincar, dos encontros com muitas pessoas que vivem, pensam e constroem suas vidas com a generosidade do novo encontro, das novas ideias, e do brincar de fazer arte através da fotografia e dos muitos olhares fotográficos.
Parabéns para nós, que participamos dessa construção inacabada, e que permaneça inacabada, mas sempre se construindo, com a identidade de um Trotamundos Coletivo.
 Abraços Coletivos a todos que participaram das nossas ações, e que venham mais. Tudo junto e misturado.

28.4.10

Pinhole Day - O passeio

Astral de encontro, fotografias, experimentação, descondicionamento do olhar, e, claro, celebração do 1o Pinhole Day Aracaju.
Iniciamos nosso passeio pela Orla da Atalaia, cartão postal de Aracaju, num domingo fim de tarde perfeito: luz, solzão, campeonato de surf, bastante gente curtindo a praia, enfim, um panorama bem interessante pra se fotografar. Depois da praia, fomos à região dos lagos, onde finalizamos nossa andada.
Equipamentos utilizados: fishole, pinhole com DSLR (D90), pinhole com SLR (Yashica FX3 Super).
Os resultados estão logo aí, abaixo.
Quer ver mais? Vai no nosso flickr!

22.4.10

Pinhole Day

Pra quem não sabe, domingo, 25 de abril é o Pinhole day.
Pinhole é um modo de fotografar usando apenas a abertura de um furinho de agulha, seguindo os preceitos clássicos da fotografia. quer saber mais? Clique aqui.

O Trotamundos Coletivo, pra não ficar de fora da festa, e querendo compartilhar experiências, ideias, técnicas e o que vier, convida você pro Pinhole Day Aracaju:

Local: Orla de Atalaia, no estacionamento em frente à Temakeria Mori, ao lado da Pista de patinação.

Quando: Domingo, 25/04, a partir das 15:00

O que: Passeio fotográfico

Material: máquinas pinhole (quem tiver, leva, quem não tiver, traga sua lomo, sua analógica, sua DSLR, sua compacta, o negócio é movimentar o negócio. :)) 

E, claro, quem quiser saber como fazer uma pinhole super simples, basta acessar esse tutorial de pinhole sardinha, bem famoso pra quem curte fazer sua máquina de forma artesanal, criada pelo fotógrafo Marcos Campos.
Tem também esse tutorial com caixa de fósforo, feita por Damião Santana.

Bem, convite feito, divulgue, compartilhe com quem quiser, e, claro, apareça!

Abraços
Zak Moreira

21.3.10

Nem dois meses, nem dois dias

Hoje é domingo, dia 21 de março de 2010, e ontem fechamos mais um projeto "Quem Faz a Foto?".
O mês de março é o mês de comemorações do aniversário de Aracaju, cidade que vivemos.
A repercussão do primeiro projeto "Quem Faz a Foto?", aquele do CAPS foi muito positiva, e porta aberta para um convite da Prefeitura Municipal: montar uma nova oficina de fotografia com outro público, garotos e garotas entre 15 e 17 anos, do bairro Coroa do Meio.
Dentro do prazo curtíssimo que tínhamos em mãos (menos de um mês para organizar, efetivar, divulgar e expor), chegamos à conclusão que a melhor solução seria encurtar o conteúdo teórico e trabalhar mais a prática do processo criativo fotográfico.
Explorar regiões circunvizinhas, passear pela cidade e trazer à tona os olhares daqueles adolescentes sobre a cidade em que vivem.
Tivemos apoios muito bacanas: Instituto Recriando, que cedeu os equipamentos fotográficos; Viação Progresso, cedendo o transporte da "Marinete do Forró", uma jardineira que faz passeios turísticos pela cidade; e a color prints, que viabilizou materiais fundamentais pra o andamento da oficina (pilhas, ampliações, mídias, etc).
Decorrida em 05 e 06 de março (dois dias apenas), foi espelho dos dois meses que gastamos fazendo a oficina do CAPS.
Nem dois meses, nem dois dias
O primeiro trabalho do Trotamundos foi feito com um processo construtivo sem prazo para acabar, mas com metas a cumprir, e, no decorrer das oficinas foi que fomos decidindo o que fazer, como fazer, enfim. Foi um trabalho muito legal, mas beeeem longo.
Em contrapartida, tínhamos dois dias apenas pra corrermos com todo o conteúdo que havíamos trabalhado no primeiro "Quem Faz a Foto?".
Todo? Impossível...
Adaptações foram feitas e conseguimos tirar o leite das pedrinhas adolescentes que conhecemos.
E que leite. E que pedras! Perspicazes, atentos, inteligentes, soltaram a criatividade sem medo.
É claro que não foi tão simples assim. No primeiro dia, quando saímos pra passear na orla da atalaia, a gurizada só queria fazer foto de si mesmo.
:)
Suuuuuper normal, né? Adolescentes e auto-afirmação tem toda a relação, sem dúvida, mas o processo criativo da oficina não funciona assim.
Tivemos um momento de redefinição das ações no dia seguinte, pra conversar sobre qual era o objetivo e as possibilidades dos nossos encontros.
E a reação foi imediata:
Mão na massa! Texturas, regra dos terços, simetria, pessoas, a vazão foi sendo dada à enorme energia pueril. Um passeio pela feira da região, pelo Calçadão daTreze de Julho, pelo Mercado Municipal, Mercado do Peixe, Beco dos Cocos, Orla do Bairro Industrial e Colina do Santo Antônio.
Uma manhã inteira de câmeras na mão, ideias na cabeça e dedinhos nervosos clicando sem medo.
Sábado à tarde tínhamos 14 câmeras digitais compactas com cerca de 200 arquivos digitais em cada para serem descarregados e analisados no processo de curadoria coletiva.
MUITO TRABALHO!
Mas MUITA SATISFAÇÃO! Fotos interessantes, com potências artísticas aflorando dentre alguns.
Foram 20 participantes, só pra constar.
20 pessoas ansiosíssimas pra ver os resultados do passeio.
Obviamente não conseguimos fazer o processo da maneira mais tranquila, sem cansaço, sem fadiga, pois era sábado à tarde, tínhamos andado de ônibus por toda a manhã, num calor infernal (média de 35 graus). No fim da tarde, estávamos exaustos, suados e sedentos pelo fim da oficina.
Uma pena, pois foi um ótimo encontro.
Mas iríamos compensar esse “desencontro” com a exposição, local em que todos voltariam a se encontrar pra ver o resultado impresso em papel fotográfico e apresentar à cidade os seus olhares.
Esse reencontro foi ontem. E foi ótimo.
Todos curtimos.

O resultado da oficina você vê aqui, e a exposição está bem registrada nas fotos abaixo, num clima de descontração e alegria pelo trabalho cumprido:

Grandes abraços
Zak Moreira

27.1.10

Trotamundos no Circo


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E o circo...

...que represento é a metáfora da minha própria trajetória nessa vida...

É esse o espírito do artista que incorporei: o mambembe em sua essência.

Aquele único ser capaz de desprender-se das referências e

Optar por viver no não pertencimento...”

Patrícia Polayne

Quase por acaso...

Assim surgiu o segundo movimento do Trotamundos: registrar o lançamento do cd o “Circo Singular”, da cantora sergipana Patrícia Polayne.

Ainda vivíamos o processo pós-ressaca/euforia com o fim do Projeto “Quem Faz a Foto?” e início da exposição na Sociedade Semear. Ainda levantávamos as impressões sobre o resultado do projeto, dávamos entrevistas, enfim, mantínhamos a chama acesa...

Marcelinho participava nesse momento de um curso ministrado pelo MinC (Ministério da Cultura) e oferecido pela Secretaria de Estado da Cultura. Em um ‘coffee break’ do curso, soube por Elma Santos, produtora de Polayne na época, da articulação para o lançamento do seu primeiro cd. De imediato, veio à tona a vontade de registrar esse show, segundo a ótica do Trotamundos, saindo do formato simples e usual da fotografia e com o compromisso de apresentar um produto final que pudesse contar essa história de maneira fluida e completa... Começo, meio e fim...

A produtora executiva de Polayne, Melissa Warwick, era a responsável pela parte referente ao registro audiovisual do show. Em princípio, Melissa hesitou. Depois, conhecendo o coletivo, explicando a nossa ideia sobre o registro, a pluralidade de olhares e infinitas possibilidades, incorporou o Trotamundos ao evento.

A adversidade me empurrou pro circo e ele me acolheu.”

Patrícia Polayne

A princípio, o show seria realizado no Parque da Sementeira, mas no último instante o local foi negado, passando para o Circo Estoril... O elemento cultural perfeito! Cores, texturas, cheiros, sons... Tudo estava lá!

O circo estava montado... No entanto, trapezistas, equilibristas, palhaços, mágicos e o incrível “Globo da Morte” deram lugar ao baixo, guitarra, violões, bateria e percussão... A magia do picadeiro tinha outro tom: A música de Patrícia Polayne!

O nosso objetivo era dar uma leitura coletiva do show, fazer uma cobertura fotográfica diferente, um registro hegemônico do espetáculo. Uma imagem pode impressionar e até mesmo comover, mas estávamos à procura de romper essa barreira... Queríamos contar a história por trás do “Circo Singular”, mostrar o que só nós vivemos!

Chegamos ao Estoril logo pela manhã, registrando tudo que estava à nossa volta. Os elementos circenses se misturando à parafernália ‘high tech’ de áudio e vídeo deram um tempero a mais. Nesse primeiro momento, fotografamos texturas, cores, elementos cênicos e musicais... Seguimos pela tarde com a passagem de som, entrando pela noite, registrando tudo antes mesmo da abertura dos portões para o público. Os bastidores, o aquecimento, maquiagem, alongamento, nada passou desapercebido...

"Oh misterioso rio

Fundo caudaloso feito uma mulher

E a poesia (vai me arrastar até o mar)

E a navegação (vai me arrastar)

O sonho que sonhei é outro (vai me arrastar até o mar)

A vida que criei é minha (vai me arrastar)..."

Patrícia Polayne

Um bom público compareceu ao circo e mesmo tendo que esperar por mais de uma hora e meia para o início do espetáculo num calor infernal, recebeu Polayne de forma calorosa.

Acolhida por um cenário naturalmente maravilhoso e com um belíssimo figurino assinado por Altair Santo, Patrícia Polayne entrou no picadeiro do ‘Estoril’ e desfilou um repertório coeso e equilibrado, concentrado em seu primeiro cd. Uma atmosfera sensível, mágica e musicalmente precisa tomava conta do picadeiro, criando vários momentos emocionantes durante a noite.

O registro era fiel, música após música, um frenesi de cliques e olhares dava fluidez à narrativa. A mistura, a busca do entrosamento e da coexistência, definitivamente, mostrou nossa força: o Trotamundos passava pela sua primeira prova de fogo e mostrava o poder de ser um coletivo!

Sem dúvida um show inesquecível, um marco para a música sergipana, cantada em verso e prosa por uma das maiores artistas dos nossos dias e registrada por nossas lentes!




10.1.10

Indiferença?






Domingo de manhã, modificando as configurações do blog, e minha esposa me chama pra escutar esse texto que agora posto.
É um fragmento da tese de doutorado de Ana Paula Figueiredo Lousada, intitulada: "Crônicas de um Trabalho Docente: A Invenção como um Imanente à Vida". Ela cita Resende, num texto publicado pela Folha de São Paulo em 1992.
Toda vez que pensamos num trabalho, tentamos exercitar a mudança do foco, o olhar diferente, ver o que não prestamos atenção cotidianamente. E achei que esse texto tem tudo a ver com a nossa proposta.
Lá Vai:
"Se eu morrer, morre comigo certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer. Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos. Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença ."
REZENDE, O. L; O monstro da indiferença, Folha de S. Paulo, São Paulo, 23/fev/1992.



Zak Moreira